quinta-feira, fevereiro 08, 2007

AVENIDA DE ROMA, DUAS DA TARDE


Dantes, quando me sentava num café sozinho ou à espera de alguém, pegava em caneta e papel e escrevia. Escrevia-te e escrevia-me. Depois o papel amarelecia nos meus bolsos ou perdia-se, para ser mais tarde encontrado, dentro do livro que estivesse a ler. Escrevi mais de cem livros assim. Versejei e romanceei tratados que nunca compilei e que estão agora , mortos no céu dos papéis escritos em cafés e restaurantes. Tais escritos, fáceis e com a intenção de preencher o aborrecimento de estar naquele sítio a solo, estavam ricos do ambiente do momento e são fotografias, caso conseguisse compilá-los - do homem ou do rapaz que eu era. De vulgares passam a preciosos que a solidão, ainda que por um momento leva à entrega.
Numa mesa ao lado uma mulher bonita também escreve ... no telemóvel. Sorri enquanto escreve. Mensagens de amor a um amante ? Promessas de encontro a um pretendente ?
Lembra-me Camões: "e afora este mudar-se cada dia outra mudança faz de mor espanto. Que não se muda já como soía".
Av. de Roma duas da tarde - Jaime Roriz
(Organizado sob a forma de crónicas do quotidiano, cheio de referências culturais próprias de uma geração urbana e cosmopolita)

COMO SE ESCREVE UM LIVRO
Neste seu primeiro livro Jaime Roriz revela-nos muito a sua intimidade intelectual. Pessoa com amor pelas coisas belas luta diáriamente por elas nos seus actos e pensamentos. Como ele diz " Não é começar de novo que é dificil. Acabar de novo é que é ".

10 comentários:

Anónimo disse...

Muito interessante. Acho que vou querer ler!

Anónimo disse...

Lá puseste um fadinho está giro.

Jelicopedres disse...

Quando quiseres Carolina.
Lê-se muito bem.É um livro pequeno.
Posso emprestar-te. Não tenho pressa com o outro que te emprestei. Estou a acabar "A Neta do Senhor Linh",é enternecedor...
Bj.

Jelicopedres disse...

Sim Zé pus um fadinho!Era o único que tinha no modelo. Mas tinha de ser um fado para condizer minimamente com a postagem.
Viste na ASAS o conto que escrevemos? Está muito engraçado!
:)

Anónimo disse...

Muito interessante mesmo... Este senhor além de ter sido meu chefe, á alguem a quem eu chamo amigo, por tudo o que fez por mim e por tudo o que representa! Um grande senhor, sem duvida ;)
Beijos e abraços

Anónimo disse...

Obrigado pelos elogiosos comentários :-)
O livro já fez a sua carreira comercial, embora ainda esteja à venda em algumas livrarias. Posso facultar alguns exemplares a quem quiser.
Jaime Roriz

Anónimo disse...

Venha de lá um exemplar. Não peço.
Tenho prazer em comprá-lo tanto mais tratando-se de um amigo da Teresinha.

Jelicopedres disse...

Vem sempre me visitar filhote.
Mesmo que seja, escrevendo, sabe-me
tão bem!...
Podes vir a casa.
Podes telefonar.
Podes escrever.
Podes mandar telegrama.
Pode ser por fax.
Podes mandar recado.
Por SMS;MSN...etc etc
Volta sempre meu filho.
Beijos da mãe, muitos.

Jelicopedres disse...

Eu é que tenho de agradecer a sua visita Jaime.
Foi com todo o gosto!
Ficamos à espera de, mais...
Para quando?
Agradeço então dois ou três exemplares, se possível.
Espero também que um dia destes surpreenda novamente os seus leitores e amigos,com algo mais,da sua escrita, quem sabe se Poesia? Teresinha Amoroso

Jelicopedres disse...

Carolina!!!
Não leste muito bem os comentários
O meu filho é que disse que este senhor Roriz, era alguém a quem chamava amigo, por tudo o que representava para ele...
Eu não o conheço pessoalmemte sequer. Mas está descansada que vais ter um livro para ti, bj.