terça-feira, outubro 30, 2007

TUNASAS (de polos vestida)??!...



A NOSSA TUNA

A nossa tuna
É, é, é, é
Malta de Sines
E Santo André
A nossa tuna
É, é, é, é
Malta de Sines
E Santo André

Somos a juventude de 60
Sempre a aprender e a ensinar
Quando chegarmos aos 90
Então vamos descansar
*
A nossa tuna é, é, é, é...
*
Queiram ou não somos assim
Queremos espalhar esta alegria
Junta-te a nós e canta enfim
Não há idade p`ra folia
*
A nossa tuna é é é é ...
Letra - Francisco P. - Fotografia - Mário Almeida

segunda-feira, outubro 29, 2007

Parabéns Ana


Jardim Verde

Jardim verde e em flor, jardim de buxo
Onde o poente interminável arde
Enquanto bailam lentas as horas da tarde.
Os narcisos ondulam e o repuxo,
Voz onde o silêncio se embala,
Canta, murmura e fala
Dos paraísos desejados,
Cuja lembrança enche de bailado
A clara solidão das tuas ruas

Sophia de Melo Breyner- Antologia Poética, Fotografia - Teresinha ( Para Ana Esperança)

domingo, outubro 28, 2007

HOJE


Hoje me deixa
só a mim
ser feliz,
com todos ou sem todos,
ser feliz
com a relva
e a areia
ser feliz
com o ar e a terra
ser feliz
contigo com a tua boca,
ser feliz.

PABLO NERUDA - (Odes Elememtares, 1904-1973) - Fotografia - Fátima Miranda

sexta-feira, outubro 26, 2007

Vento na Ilha (1)


Vento é um cavalo:
ouve como ele corre
pelo mar, pelo céu.

Quer me levar: escuta
como ele corre o mundo
para levar-me longe.

Esconde-me em teus braços
por esta noite erma
enquanto a chuva rompe
contra o mar e a terra
sua boca inumerável.
[...]
PABLO NERUDA

quinta-feira, outubro 25, 2007

Vento na Ilha (2)

[...]
Escuta como o vento
me chama galopando
para levar-me longe

Como tua fronte na minha,
tua boca em minha boca
atados nossos corpos
de amor que nos queima
deixa que o vento passe
sem que possa levar-me

Deixa que o vento corra
coroado de espuma,
que me chame e me busque
enquanto eu, protegido
sob teus grandes olhos.
por esta noite
descansarei, meu amor.

PABLO NERUDA

quarta-feira, outubro 24, 2007

Palavras Maduras/ Contos Partilhados

Mafalda olhava a janela do seu quarto embaciada pela chuva e humidade daquela tarde de Outono, enquanto o seu apartamento acabado de estrear mergulhava na penumbra. Pensava em Américo, o namorado de longa data... Tinham passado oito anos, desde que ele tinha declarado o seu amor eterno e que Mafalda o acolheu, com agrado, no seu coração.
Muitos eram os sonhos para o futuro... e lembra aquela manhã, em que saiu de casa dos pais para se instalar no seu novo lar. Abriu a caixa do correio, lá estava aquela carta de cor azulada. O seu coração saltou do peito, já adivinhando o seu conteúdo, pois há muito que o olhar do Américo não era tão doce como de costume. Poucas palavras para um desfecho tão triste.
Amo outra mulher... Desculpa, não posso casar contigo.
Américo, como não percebi, meu Deus?!!! Porque me enganou tão cruelmente?
Os vinte e seis anos eram agora vazios de Amor e Esperança.
Resta-lhe apenas o seu bonito apartamento, numa rua movimentada da capital Ribatejana, cidade onde nascera e que lhe é tão querida. Foi com o apoio dos pais que conseguiu a sua independência tão desejada e viver aquele sonho... com a cumplicidade do seu Amor. Américo! Américo! Como vou viver sem ti? Mergulhada na tristeza desenhava pequenos corações entrelaçados nos vidros húmidos da janela do seu quarto que, a pouco e pouco, se desfaziam, rolando como lágrimas desfeitas.
[...]
(Início do Conto - Mafalda - Por, Cidália Ribeiro. Continua na Postagem abaixo identificada)
Fotografia - Teresinha Amoroso

segunda-feira, outubro 22, 2007

Felicidade


"A Felicidade, espera-nos algures, na condição de irmos buscá-LA".

VOLTAIRE - (Séc. XVIII) - Fotografia ( gentilmente cedida por ) Fátima Miranda

sexta-feira, outubro 19, 2007

Palavras Maduras / Contos Partilhados

[...]
Distantes estavam os dias em que os mesmos corações entrelaçados eram desenhados com mão firme e segura. No diário de Mafalda, ou nos seus cadernos de Inglês, pois era antes e depois das aulas - no Centro de Línguas - que se encontravam na Abidis, que ficava mesmo do outro lado da rua, um local confortável e muito acolhedor. Como pano de fundo uma música suave que convidava a apaixonados murmúrios e promessas de amor...
Mais distante ainda a lembrança de Américo, quando se conheceram... Um futuro e promissor Regente Agrícola. Mesmo de olhos fechados, Mafalda conhecia de cor os seus passos, eram inconfundíveis, bastava-lhe ouvir «aquele som» provocado pelas botas caneleiras mandadas fazer por medida, que rangiam propositadamente. Fazia parte do «look», juntamente com a calça justa, a camisa de xadrêz miudinho e a samarra.
No dia seguinte, ao acordar, Mafalda verificou que ainda se encontrava vestida em cima da cama. Não se lembrava sequer a que horas teria adormecido. Era sábado, tomou um duche, vestiu-se e decidiu sair, sem rumo. Precisava apenas de respirar e sentir na face aquela chuva miudinha. Envergou um agasalho, deu um nó no cachecol e saiu.
A rua àquela hora, fervilhava de gente perto do Mercado Municipal. Mafalda parou para atravessar, e enquanto esperava o sinal verde, os seus olhos fixavam os azulejos em frente, com cavalos e campinos, que pareciam desfilar na sua frente, juntando-se ao movimento dos transeuntes, num vai-vem infindável.
-Verde! Atravessou. Instintivamente dirigiu-se à Bijou, pediu um café que tomou quase de um trago , pagou e saiu. A chuva continuava silenciosa, mas não queria voltar já para casa, continuou o seu percurso labiríntico através da cidade até que... as Portas do Sol surgiram na sua frente. Quantas vezes viera até ali passear com Américo ! «Aquele jardim»... tinha agora o mesmo aspecto brilhante de orvalho, como os seus olhos.
-Entretanto a chuva parara. O sol espreitou entre as nuvens. Dali avistava o rio Tejo; a ponte que o atravessava; os barcos de pesca artesanal, e para lá do rio, toda a lezíria até onde os seus olhos podiam alcançar. Permaneceu imóvel, alternando o olhar entre a corrente do rio e a linha do horizonte.
Desculpa, não posso casar contigo»
- Como fui ingénua!...
Mafalda retomou o caminho de casa e voltou a embrenhar-se na sua Cidade Gótica. O trabalho seria o seu lenitivo. Adorava a sua profissão. Há cinco anos que trabalhava como guia turístico. Era gratificante, o contacto com as pessoas, e com os locais que revisitava, sempre acompanhada por turistas que ávidamente descobriam vastos patrimónios difíceis de resumir. No dia seguinte o seu destino seria o Norte. Um Cruzeiro no Douro.
Afinal... os rios correm para o Mar!!!...
[...]
Palavras Maduras / Contos Partilhados - Exerto de um conto (MAFALDA) por Teresinha Amoroso
(Iniciado por, Cidália Ribeiro / Continuado por Teresinha Amoroso / Terminado por, Catarina Figueiredo )

quarta-feira, outubro 17, 2007

DIA DE HOJE

Feliz aniversário para ti Zé
Cada papelinho desses, contém um pedido.
Junto o meu, ao teu, e a todos que se encontram nesse (Muro de Fé) , para te desejar, tudo de
BOM!
"Ó dia de hoje, ó dia de horas claras
Florindo nas ondas, cantando nas florestas,
No teu ar brilham transparentes festas"
[...]
Sophia de Mello Breyner Andresen - Obra poética

terça-feira, outubro 16, 2007

" Novinho em Folha "


Visite, se quiser, outro Blogue da Teresinha, que nasceu HOJE !
(demorou a "cozinhar", e precisa ainda de algum "tempero")...

Bailado de ASAS

"E são asas de gaivota. Que levam os meus sonhos. Pelo mundo"
Gaivota pousada
Na praia deserta
*
Cortaram-te as asas
Mas finges voar
*
Deixaram-te os sonhos
Inventas o mar.
*
Prosas e Versos - Carolina Palminha (Fotografia - Fátima Miranda)

segunda-feira, outubro 15, 2007

Explicação

O pensamento é triste;
O amor insuficiente;
e eu quero sempre mais
do que vem nos milagres.
Deixo que a terra me sustente:
guardo o resto para mais tarde.

Cecília Meireles - Antologia Poética * Fotografia - Fátima Miranda (Montezinho)

sexta-feira, outubro 12, 2007

" A Erva Canta "

"The Grass is Singing"
(Romance )
O primeiro livro de Doris Lessing
"O nascente movimento feminista o viu como um trabalho pioneiro, ele pertence a um punhado de livros que formam a visão do Século 20 sobre a relação homem, mulher", disse a Academia.

quinta-feira, outubro 11, 2007

CARAMBA ! ( disse ela )

Doris Lessing - Prémio Nobel da Literatura 2007

Acabo de presenciar o momento em que Doris Lessing recebe a notícia.
- Ao chegar a casa, vinda das compras, é abordada por jornalistas.
-Porque estão a tirar fotografias?...
-Sabe que acaba de ganhar, o PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 2007? (ao que respondeu, apenas). Caramba!!!
- Presumi, que estavam a fazer uma Telenovela !?...
O primeiro livro que escreveu,o romance: "A Erva Canta" (The Grass is Singing), foi publicado em Março de 1950. Em Agosto do mesmo ano era publicada a 7ª Edição.
Completa 88 anos a 22 de Outubro. Ao longo da sua vida escreveu mais de cinco dezenas de livros publicados durante décadas.
É a 11ª mulher a conquistar o Prémio Nobel da Literatura. Neste momento encontra-se a escrever um livro, acha que não vai ter muito tempo de sobra para o fazer, uma vez que a partir de agora vai dispender muito do seu tempo, dando entrevistas.
(Teresinha A.)

quarta-feira, outubro 10, 2007

NAMASTÊ (saudação)

LUZ
AS VANTAGENS DO IOGA

Saúde e equilíbrio interior
Maior flexibilidade, vitalidade e força
Maior volume respiratório e desenvolvimento de uma "respiração prolongada"
Maior "resistência ás doenças"
Diminuição do stress e das dores
Retardamento ou desaparecimento dos achaques próprios da idade
Qualidade de vida e agilidade mental até à velhice
Maior paz interior
Purificação espiritual e capacidade de discernimento diante de comportamentos prejudiciais
Maior segurança e confiança em si próprio
Maior confiança para encarar responsabilidades maiores e iniciativas próprias
Maior felicidade; Mais bem estar; Mais energia.

O Grande Livro do Ioga - Anna Trokes ( encontrei de novo, o "Caminho" )

domingo, outubro 07, 2007

ÁFRICA ACIMA

[...]
Parti de Santa Clara, a fronteira de Angola com a Namíbia, ás cinco da tarde de ontem. Foram necessárias dezoito horas para conduzir 450 Km - tento fazer contas, indeciso se incluir ou não na média horária as três horas de descanso, entre as duas e as cinco da manhã debaixo de um embondeiro.
[...]
Apetece-me devorar o centro desta cidade. Caminhar por todas as calçadas portuguesas, tomar um café em todos os cafés que apresentam o triângulo Delta pendurado por cima da porta, comprar carcaças e papo-secos em todas as mercearias e minimercados que se chamem "Tio Patinhas", "Silva & Silva", "Elite","Benfica", pedir o prato do dia em qualquer tasca que proponha "prego no prato" e "bacalhau com todos". - Estas banalidades que me estão a emocionar têm de ser postas em perspectiva: ando a viajar há várias semanas por África, e de repente chego a casa sem sair de África.
[...]
África Acima - Gonçalo Cadilhe (crónicas semanais, escrito ao longo de vários meses)

sábado, outubro 06, 2007

Crepúsculo


Na indecifrável claridade do crepúsculo a desordem lírica invade o estado do céu- pai e mãe de uma pérola atada com uma fita de ilusão e água. Ébria.

Ana Hatherly - Tisana 456 (Fotografia - Teresinha, da minha janela)

quarta-feira, outubro 03, 2007

Diálogo

Levarás
pela mão
o menino
até ao rio. Dir-lhe-ás
que a água é cega
e surda; muda,
não.
Que o digam
os peixes, que em silêncio
com ela sustentam
seu diálogo líquido,
de líquidas sílabas
de submersas
vogais.
Albano Martins (n.1930) - Fotografia Teresinha

terça-feira, outubro 02, 2007

"O Poupas"

Ave da ordem dos tenuirrostros, do tamanho de um melro, que tem um tufo de penas na cabeça

O Poupas chegou a minha casa, via email directamente do jardim da Helena
Anda à procura de almoço.
Talvez uma suculenta minhoca, ou uma lagarta, bem verde cheiinha de clorofila.
A sua rara beleza... enfeitiçou-me!
Quando pede namoro, exibe o tufo de penas que adorna a sua cabeça.

Fotografia - Helena Almeida