segunda-feira, janeiro 19, 2009

Voyeur

Cheguei-me já sem voz junto à falésia
e lancei rocha abaixo o que me fora imposto.
Não sei que verde mão os fundos removia
ou que água suja ou crosta corroíam a pedra
com o mar avançante,
retrocedendo, ferindo,
lá em baixo,
e as gralhas electrizavam sua penugem, e senti
certa satisfação ao comtemplar minha vertigem,
sabendo concerteza que ao fim
e ao cabo isto é só um poema,
Que continuo aqui e posso ainda escrevê-lo.

Maria Victoria Atencia / Antologia Poética - Fotografia / Teresinha (Porto Covo)

13 comentários:

Carolina disse...

Lindo poema!
Olha Jelica, a foto cheira.me a praia da Samoqueira ou lá por perto.
bjhs

Anónimo disse...

Linda foto, e lindo poema só tu para pôres coisas lindas.bj....

lami disse...

A vertigem muitas vezes atrai-nos para o abismo! Temos de deixar a vertigem passar e depois contemplar serenamente o mar!
Ou escrever um poema....

Jelicopedres disse...

"Achei" esta Antologia Poética de Victoria Atencia, Espanhola, nascida em Málaga em 1931.
Os poemas estão em Espanhol e Português.
Não conhecia, de todo, esta escritora, Carolina.
A foto, pois, não sei bem qual é a falésia, (tirei no verão passado), mas sim deve ser lá perto da Samoqueira.
(tens uns olhinhos)!!!

O céu da Céu disse...

Para viver tranquilamente...preciso de MAR!
E este é o meu MAR!
BJS.

Jelicopedres disse...

Quase tudo que atrai a minha atenção eu transfiro para a minha "janela", Zé.
Ainda bem que gostaste!
É um bocadinho em que eu sinto que contribui um pouco para te ver sorrir.
Kiss

Jelicopedres disse...

Escrever um poema ou fechar os olhos e, deixar a vertigem passar...
E tu Lami, sabes do que falas, o Mar e o Sol, fazem parte de ti.
Moras no síto certo!
Aguarda mais um pouco.
O Inverno, antecede a Primavera...
;)

Jelicopedres disse...

Para ti Céu, tranquilamente, o Mar:

"Cerco Contínuo"
Alguém me abriu seus braços e andei entre seu cerco.
E cresceram-me asas dentro de um labirinto que me cercou também.
E levantei meu voo.
Já sem alento, agora, cerca-me o mar de Icária.

Maria Victoria Atencia/Antologia Poética

Gigia disse...

..."Bajo mi cama estaí,
conchas,algas,arenas:
Comienza vuestro frio
donde acaban mis sábanas"...
M.Victoria Atencia
Conheço alguns dos seus poemas mas nenhum em português.
(Estou de volta e trouxe a tua encomenda)
B,jocas

Anónimo disse...

O Porto Covo oferece-nos belos trechos para ver, saborear e retratar… Com o talento da Teresinha, resultou uma foto linda!
Portanto: Foto e poema numa simbiose perfeita. Parece que o poema foi escrito nesse lugar… Nem faltaram as gralhas, tão frequentes no Porto Covo!
Bjhs.

Jelicopedres disse...

Lindo, Gigia!
Tens este livro, é?
Esta Antologia que tenho aqui é bilingue, por isso quando quiseres podes ler todos em Português, ou Espanhol.
Por acaso é interessante, alguns soam melhor, em Espanhol.
Só alguns!
(amanhã ligo-te)
(^_^)

Jelicopedres disse...

Provávelmente, este poema foi escrito num local parecido com este, Juja.
Na verdade, temos uma costa digna de ser apreciada e preservada.
A Natureza encarregou-se disso com afinco.
Nós somos testemunhas!
Obrigada e volte sempre!
Um grande sorriso para si. :)

Coisas da Vida disse...

Olá, Teresinha! Tem um prémio a levantar no meu blog! Jinhoi. Logo volto para mais comentários...