No rectângulo da solidão
elevada ao quadrado
ao cubo
ou a uma quarta dimensão
ainda me liga a ti
amigo
não amado amor
a recordação da paisagem
deste Novembro incerto
que não sou capaz
de repelir
Maria José Ramil/ A Folhagem e o Mar - Fotografia/ Teresinha (Sonega)
15 comentários:
Que boa reflexão e que belo poema!
Quantas vezes, sobretudo numa fase bem madura da vida:
- A enormidade da solidão.
- A firmeza dos laços que o tempo alterou.
- O caminho difícil, indesejado que no entanto é preciso trilhar…
Depois, a bela foto a ilustrar e a corroborar.
Muito bonito, Teresinha. Obrigada.
Um beijinho.
Pergunto muitas vezes a mim mesma se será sorte ou castigo viver-mos até que a solidão e as memorias nos dilacerem o corpo e a alma!?
É bom viver tanto assim?
Partir cedo também não!
E então!?...
Sabe Juja, estes últimos tempos, nas visitas que nós, "Tunasas", temos feito aos Centros de Dia do nosso Concelho tenho-me apercebido de como é fácil levarmos alguma alegria para ajudar a colmatar a solidão dos nossos idosos.
E sabe outra coisa ainda?
Algumas pessoas sabem apenas dizer que, tudo está mal!
E não estão lá muito bem, mas, não imagina o que se sente quando com palavras, (porque eles e elas querem muito "conversar"), e uma simples fotografia pode fazer.
Dou-lhe apenas um exemplo:
Tirei algumas fotos no Centro de Dia das Ademas e mandei por email para todos verem.
Anteontem, numa festa dos Reis, encontrei uma dessas senhoras, chamou-me e disse-me: Olhe, "menina", sabe uma coisa? Eu queria muito que me arranjasse a minha fotografia, MAS EM PAPEL, para eu guardar comigo sempre como recordação!!!...
- Abraçou-me com uma força!
Imagina o que isto significa!
Fiquei de lhe mandar fazer a fotografia, e nem que eu tenha de a enviar pelo correio ou ir lá
entregá-la...!!!
(desculpe Juja, alonguei-me um pouco)...
Um beijinho e, obrigada pela suas palavras. :)
E então, Gigia!?...
Olha, eu, quero, viver assim tanto tempo!!!!!!!!!!!
Se é bom???
Eu espero que seja!
E que, as minhas memórias não me dilacerem a Alma!
Linda!
Gostei das tuas palavras.
Dúvidas que são de todos nós!
Muitos beijinhos para ti
(^_^) :))
Quem somos nós para avaliar se vale ou não a pena viver assim ou assado? Com a alma no olhar concerteza a solidão não é tão "só" porque podemos partilhá-la, viver das suas recordações ou projectá-la cada dia nos pequenos e grandes momentos :)
Tudo o escreveste está muito bonito, mas eu não gostava de viver tanto para quê, eu já sinto agora uma grande solidão, um beijinho.
A solidão, à medida que nos encaminhamos nos anos da vida,é uma pedra colocada num muro de indiferença daqueles que andam activamente na labor da vida que pulsa.
Ignora-se essa solidão. Não dá jeito prestar atenção a esse resto de vida que até parece atrapalhar a vida mundana e agitada que se deseja tanto ter.
A sociedade, sôfrega, bebe, por copos de indiferença,o olhar solicito e carente dos que já passaram pela vida...
Infelizmente, a velhice chega a doer. Por isso, louvo a sua iniciativa capaz de fazer brotar destes sorrisos e momentos de esperança e confiança! Bem-haja, Teresinha!
Teresinha! Eu sei como os nossos idosos se sentem sós. Vivi experiências profissionais que se relacionavam com isso. Então, achava que trabalhava para lhes melhorar as condições de vida, acompanhando a execução da legislação que regula as valências sociais que os acolhem (Lares, Centros de Dia, Centros de Convívio e Apoio Domiciliário). Hoje, longe dessa “capa profissional” sinto-me mais próxima e sou mais sensível ao quão deslocados estão no tempo actual. Viveram uma vida onde tudo se foi desgastando e alterando. Os locais, as pessoas, os afectos, o que profissionalmente faziam. O tempo já não é o seu. Por isso a solidão. Por isso a necessidade de comunicação, o agarrar com tanta força toda a expressão de carinho que talvez lhes traga maior conforto do que as condições de habitação, a higiene, os cuidados de saúde, etc., porque lhes alimenta a alma e é da força da alma que o corpo vive.
O que faz no âmbito da “Tunasas” e em sequência disso, tem eco não só no seu sentir como no deles. Por isso é MUITO BONITO.
A propósito de alongamento… Desta vez abusei mesmo!
Um beijinho
A Maria de Jesus Sou eu, Juja. Aconteceu porque a identificação ficou assumida automáticamente.
A fotografia está linda e adorei os vossos comentários.
Também me dei conta que também os blogues põem em contacto pessoas que não se conhecem ( não se conheciam...) Juja, Teresinha, Banalidades, ou seja a Fata. Enfim foi com prazer que as Sardinheiras proporcionaram este "conhecimento" e troca de "palavras"!
bjhs a todas
Estes foram com toda a certeza, pequenos grandes momentos, Laura!!!
Bj. :)
Zé, por isso mesmo é que tu fazes parte da, já grande "família", que é a nossa Academia!
Bem haja aos seus promotores, que todos bem conhecemos.
Sem "Ela", terias mais motivos para sentir essa solidão...
Um abracinho para ti.:)
Obrigada Fátima pelas suas palavras que encaro como uma força e, não como um banal elogio!
Sempre que quiser venha visitar-me.
Estarei à sua espera...
(quando é que quer vir a Santo André para tomarmos um chá)?
(^_^)
Percebi logo que a Juja é a Maria de Jesus!
Pode alongar-se o quanto lhe sugerirem as suas palavras escritas, Juja.
Também gosto muito de ler e de escrever. Portanto, já somos duas!
Quer dizer então que, acompanhou de perto, através da sua profissão muitas situações relacionadas com os nossos idosos.
Concordo plenamente quando diz que, «é da força da alma que o corpo vive».
Um beijinho para si também.
(um dia destes vamos ter de nos encontrar)!
A fotografia, Carolina é efectivamente aquilo que tu vês!
Apenas e só, o retrato de quem foi fotografado, sem tirar nem pôr!
É isso!
Eles e Elas têm qualquer coisa de belo que, só a pátina dos anos lhes confere.
Quantos às Sardinheiras, é isso mesmo que afirmas, Carol!
Os blogs, (alguns), põem em contacto pessoas que não se conheciam...
É que, a Tua Janela é tão florida!!!
Obrigada amiga.
d[^_^]b (um "Mantra", para ouvires)
Enviar um comentário