E já no porto da Ínclita Ulisseia
C'um alvoroço nobre e c'um desejo
(Onde o licor mistura a branca areia
Co'o salgado Neptuno o doce Tejo)
As naus prestes estão; e não refreia
Temor nenhum o juvenil despejo,
Porque a gente marítima e a de Marte
Estão para seguir-me a toda a parte
Julgando já Neptuno que seria
Estranho caso aquele, logo manda
Tritão que chame os Deuses da água fria,
Que o mar habitam dua e doutra banda,
Tritão, que de ser filho se gloria
Do rei e da Salácia veneranda,
Era mancebo grande, negro e feio,
Trombeta de seu pai e seu correio.
Luís de Camões/Os Lusíadas - Canto IV, Canto VI - 84 , 16 -respectivamente
Fotografia/Teresinha
12 comentários:
Mais uma postagem maravilhosa, com poema Luis de Camões, foto está linda só tu para tiras fotos lindas.
Uma das obras que mais estimo: OS LUSÍADAS! Uma epoeia magnífica em que Portugal se glorifica na voz de um insubstituível Camões!
As estrofes sobre Neptuno, deus do mar e Tritão, seu filho foram sabiamente escolhidas!
Cheias de uma eterna homenagem à nossa gesta marítima!
Teresinha, que bom sabê-la assim, sábia e sensível! Jinhos
«(...)
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram
(...)»
Os Lusíadas, I, 3
«No mais interno fundo das profundas
Cavernas altas, onde o mar se esconde,
Lá onde as ondas saem furibundas,
Quando às iras do vento o mar responde,
Neptuno mora e moram as jucundas
Nereidas e outros Deuses do Mar(...)».
Obrigada Zé.
Também pela tua amizade.
Gostas de todas as minhas fotograias,e eu fico muito feliz com isso.
bj.
A sua presença aqui, será sempre para mim, uma mais valia, acredite, Fátima.
Preciso de a conhecer um dia destes...
Beijinho
Obrigada Laura pelo teu gesto, de acrescentares um pouco mais do nosso grande Luís de Camões, no teu comentário.
:)
Boa sequência de poemas e fotos.
Tens uma visão refinada para captar imagens que passam despercebidas ao comum dos mortais.
Esse olhar é tipico dos amantes da fotografía.
Boa semana :)
Ui, que grande "corneta" tem o teu deus para soprar o vento.
Vento? Direi antes: VENDAVAL!
;(
:)
Desde os tempos de liceu que sempre gostei de ler a obra principal de Camões "Os Lusíadas" e aprendi de cor muitos dos seus versos
" Amor é fogo que arde sem se ver
é ferida que dói e não se sente
é um contentamento descontente
é dor que desatina sem doer
.............................
Alma minha gentil,que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente
Repousa lá no céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste
.............................
Verdes são os campos,etc..etc..."
e peças de teatro-El-Rei Seleuco
Auto de Filodemo
Anfitriões 1587
A tua postagem permitiu-nos relembrar um dos génios da nossa História.Bjs
Olha quem fala Gigia!!!.....
Obrigada, linda:)))))))
Caroooooolllll!!!...........
Tenha, tento!
E, dizes bem!
;))
Olá Céu, vejo que também tu deste "Os Lusíadas" sem aquele ar de enfado que por vezes via estampado na cara de alguns colegas meus. Guardo ainda o meu livro sublinhado com todas as figuras de estilo que tínhamos de interpretar, e eu gostava imenso!
Esta ainda, tão bonita:
«Um ramo na mão tinha... Mas, oh, cego
Eu, que cometo insano e temerário,
Sem vós, Ninfas do Tejo e do Mondego,
Por caminho tão árduo, longo e vário!
Vosso favor invoco, que navego
Por alto mar, com vento tão contrário,
Que, se não me ajudais, hei grande medo
Que o meu fraco batel se alague cedo.
Cântico-Sétimo-(78)
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