Ela tinha trinta e seis anos , ele vinte e seis. Tinham-se encontrado num baile em Viena. Ela vestia um dominó e uma máscara negra. Ele, nada de particular. Ela era Imperatriz; ele, redactor da Corte no Ministério dos Negócios Estrangeiros. Ele ignorava quem ela era. Encontraram-se em 1874. Sessenta anos mais tarde, em 1934, ele tinha oitenta e seis anos e só então soube a verdade. Sessenta anos de um amor que não existira e durara no entanto toda uma vida. Nada mais que três valsas, cartas e um poema. Sessenta anos de mistério e de vida quotidiana, atravessados pelo capitalismo triunfante e pela primeira guerra da Bósnia. [...]
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- E é vai que dar-lhes um empurrão, aquele selvagem! - bradou o operário levantando-se. - Cuidado!
Tarde de mais. O homem havia atirado brutalmente ao chão a senhora de preto. A companheira soltou um grito muito agudo. Os basbaques acorreram, outras pessoas perseguiram o grosseirão que dera às de vila diogo [...]
(pequeno excerto do livro, pág. 331)
A Valsa Inacabada/Catherine Clément / Filósofa e Escritora, vive em Viena desde 1991 (inspirada por um episódio autêntico da vida de Sissi)