Meu poema reescrito
Escrevendo, fico contigo. No tempo, por alguns minutos; no espaço por muito mais.
Vou semeando minha folha em branco - terra-mãe - abraçando palavras famintas em busca de quem as acolha.
É a escrita feita desejo; é a natureza com o apelido amor.
Eu semeio meu campo fértil;
Tu regas meu corpo sedento.
Eu sulco minha terra virgem;
Tu amanhas a minha natureza viva.
Vê, olha!
Tudo cresce em harmonia, em beleza, em ternura em plenitude.
Tudo é UNO - SONHO/REALIDADE, espalhados em lençol de rosa cheiro.
Fica.
Fica mais um "poucochinho"; sem tempo, sem espaço, sem barreiras e aprende a escutar a natureza que reclama e tudo dá; que chora e te sorri; que é primavera e verão; que é hoje e amanhã; que é nada e tudo ainda.
Vem.
Vem e brinca na doce brisa da vida, sereno e calmo - CALA-TE - e escuta em silêncio o irreverente diálogo da terra adormecida.
Liberta as palavras por dizer no leito da poesia não escrita e saboreia os sons coloridos do poema por fazer.
Ama em tons de rosa e branco e pinta um pássaro verde no brilho dos olhos meus.
Adormece sonhando o meu sonho e acorda na realidade da minha imaginação.
Reescreve o teu poema escrito na minha folha em branco e lê, amando as palavras cheias dos meus sentidos despertos.
Enlaça os dedos teus nos meus que, perdidos te buscam e desejam e perde-me em ti.
Faz um poema vivido com palavras amor e cheiro de terra fresca.
Liberta a prisão do teu sonho!
... não vês que acorrentas a vida?
Que estrangulas a imaginação?
Que matas a poesia?
Que sufocas o amor?...
Cala-te e escuta só.
Ouvirás, sentindo, o que os fantasmas passados amedrontaram e a poesia acontecerá!
Meu poema reescrito/Cina Santos - Fotografia/Teresinha
*Parabéns Alcina