Aqui ao pé de casa...
Gaivotas de "visita" a Santo André (Clique na imagem para ver)
"Naquela praia deserta de humanos, a graciosa gaivota aventurou-se e pousou na água, perante o olhar estupefacto de todas as suas comadres, que olhavam para ela e comentavam:
- Está doida varrida. Vai afogar-se, a pobrezinha!
Mas tão logo o disseram, viram que a corajosa gaivota vogava e vogava, qual pedacito de cortiça levado pelo vento, subindo e descendo as onduladas escadinhas que as ondas desenhavam.
Desde a criação do mundo e de todos os seres vivos, as gaivotas voavam e desciam na areia das praias, comendo nela o que o mar regurgitava: pequenos crustáceos; camarões delfins e filhotes de peixe, que ficavam presos nas poças quando a maré baixava. Por isso olhavam maravilhadas para aquela gaivota que ousara desafiar o perigo e corajosamente pousara na água.
- Ela nada, ela nada, ela não se afunda! - grasnavam estre si, ainda incrédulas .
-Se ela consegue, eu também! - disse decidida uma das mais estouvadas comadres. E se melhor o disse logo levantou voo e, planando, se aninhou entre duas ondas, que lhe deram movimento, sacudindo-a suavemente num vai-vem interminável, para cima e para baixo. E duas outras fizeram o mesmo, e mais outra e outra ainda. Depois todas as restantes se lançaram em curtos voos para aquelas brilhantes águas, que pareciam mesmo chamá-las. Na areia da praia não ficou nem uma sequer, e o mar parecia ainda mais belo, enfeitado com elas. A partir daquele dia , as gaivotas começaram a pousar e a nadar na água; logo depois aprenderam a pescar, e desde então passaram a fazer parte do imenso mar.
E só quando ele se agita e o vento ruge, quando as ondas atingem a altura de prédios e o céu troveja zangado, elas o abandoanm e voltam para terra outra vez, esperando pacientemente que passe a tormenta e regresse a calmaria.
E quando isso acontece, voltam felizes às ondas que as embalam."
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(Texto recebido por email) - fotografia/teresinha