domingo, fevereiro 28, 2010

Um Pequenino Embrulho

Perdeu-se, ontem, no cais,
levado pelo vento,
que trouxe a tempestade,
um pequeno embrulho
que tinha dentro, esperança.
*
Pede-se a quem achou
que tenha a caridade
de mo trazer depressa,
à rua norte sul,
a uma casa azul
que está perdendo a cor...
*
Em troca do embrulho
(já mesmo esfarrapado)
dão-se alvíssaras de amor.

Vertigens do Ser/Laurinda Rodrigues- Fotografia/Teresinha

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

A Aniversariante disse...

Amizades
Gosto muito de falar e também de ser ouvida... ter alguém que me dê atenção...
Os anos porém, ensinaram-me a fazê-lo com conta, peso e medida.
Possívelmente também me tornaram mais confiante, mais segura de mim e mais capaz de
saber ouvir os outros.
É esta troca que procuro quando vou ao café da Manuela, aos Galegos, à Cores e Sabores, à ASAS, à PROSAS, quando pego no telemóvel, quando envio e-mails, sms,...
E falamos, escutamos, rimos, choramos.
Não há arrogância, nem presunção, nem ares de superioridade, nem falta de solidariedade.
A vida tem mais sentido quando sabemos que temos alguém que nos escuta e que nós escutamos.
A amizade verdadeira conquista-se, troca-se e não tem preço.
É bom ter AMIGOS e AMIGAS!
E eu tenho!

Céu Paulo/Escritas de Verão/2009 - fotografia/Teresinha

*Feliz Aniversário Céu e, Netinha da Céu, que quis nascer no mesmo dia da Avozinha...;););)!!!!

domingo, fevereiro 21, 2010

Recomeço com "Sina"

Meu poema reescrito

Escrevendo, fico contigo. No tempo, por alguns minutos; no espaço por muito mais.
Vou semeando minha folha em branco - terra-mãe - abraçando palavras famintas em busca de quem as acolha.
É a escrita feita desejo; é a natureza com o apelido amor.
Eu semeio meu campo fértil;
Tu regas meu corpo sedento.
Eu sulco minha terra virgem;
Tu amanhas a minha natureza viva.
Vê, olha!
Tudo cresce em harmonia, em beleza, em ternura em plenitude.
Tudo é UNO - SONHO/REALIDADE, espalhados em lençol de rosa cheiro.
Fica.
Fica mais um "poucochinho"; sem tempo, sem espaço, sem barreiras e aprende a escutar a natureza que reclama e tudo dá; que chora e te sorri; que é primavera e verão; que é hoje e amanhã; que é nada e tudo ainda.
Vem.
Vem e brinca na doce brisa da vida, sereno e calmo - CALA-TE - e escuta em silêncio o irreverente diálogo da terra adormecida.
Liberta as palavras por dizer no leito da poesia não escrita e saboreia os sons coloridos do poema por fazer.
Ama em tons de rosa e branco e pinta um pássaro verde no brilho dos olhos meus.
Adormece sonhando o meu sonho e acorda na realidade da minha imaginação.
Reescreve o teu poema escrito na minha folha em branco e lê, amando as palavras cheias dos meus sentidos despertos.
Enlaça os dedos teus nos meus que, perdidos te buscam e desejam e perde-me em ti.
Faz um poema vivido com palavras amor e cheiro de terra fresca.
Liberta a prisão do teu sonho!
... não vês que acorrentas a vida?
Que estrangulas a imaginação?
Que matas a poesia?
Que sufocas o amor?...
Cala-te e escuta só.
Ouvirás, sentindo, o que os fantasmas passados amedrontaram e a poesia acontecerá!

Meu poema reescrito/Cina Santos - Fotografia/Teresinha

*Parabéns Alcina

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Até já...

Janela temporáriamente fechada, volto assim que puder.

Obrigada pela visita. Um abraço*_*)

Fotografia/Teresinha- "Janelas de Santiago"

domingo, fevereiro 14, 2010

Outros "Carnavais"...

Visita em dia de Sol sobre tons de Azul na Golegã...
Se o Carnaval não lhe diz nada em especial, aproveite algum tempo destas mini-férias da forma que mais lhe agradar. Vá de propósito que vai valer a pena! Visite locais que depois da quase total degradação foram totalmente reabilitados através de obras de conservação.
(clique nas imagens para ver)
- Depois da visita entre no Pátio Sevilhano e... deixe-se ficar...!
*****
Fotografia/Teresinha

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Aldeia

Nove casas
duas ruas
um largo
ao meio do largo
um poço de água fria.
*
Tudo isto tão parado
e o céu tão baixo
que quando alguém grita para longe
um nome familiar
se assustam os pombos bravos
e acordam ecos no descampado.

"O poeta tem olhos de água para reflectirem as cores do mundo".
Manuel da Fonseca
*
Fotografia/Teresinha

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Retrato a Sépia

[...] Vão criticar-nos, avó. Ninguém tem mordomo, isto é uma piroseira - avisei-a.
- Não interessa. Não penso pelejar com índias mapuches em chinelas, que deixam cair cabelos na sopa e me atiram os pratos para cima da mesa - replicou, decidida a impressionar a sociedade da capital em geral e a família de Diego Dominguez em particular.
De modo que os novos empregados se juntaram às antigas criadas que estavam há anos lá em casa e, evidentemente, não se podiam despedir. Havia tantas pessoas a servir que se passeavam ociosamente tropeçando umas com as outras e foram tantos os mexericos e ladroíces que, por fim, Frederick Williams teve de intervir para impor a ordem, uma vez que o argentino não sabia por onde começar. Isso provocou alvoroço, nunca se vira o senhor da casa rebaixar-se ao nível doméstico, mas ele fê-lo na perfeição; para alguma coisa servira a longa experiência no ofício. Não creio que Diego Dominguez e a sua família, as primeiras visitas que tivemos apreciassem a elegância do serviço, pelo contrário, coibiram-se diante de tanto esplendor. Pertenciam a uma antiga dinastia de latifundiários do sul mas, ao contrário da maior parte dos donos de herdades no Chile, que passavam alguns meses nas suas terras e no resto do tempo vivem das suas rendas em Santiago ou na Europa.
[...] À mesa atrapalharam-se com a fila de talheres e os seis copos, nenhum comeu o pato com laranja e assustaram-se um pouco quando chegou a sobremesa ardendo em chamas. Ao ver o desfile de criados fardados, a mãe de Diego, dona Elvira, perguntou a razão de termos tantos militares lá em casa. Ficaram pasmados diante dos quadros impressionistas, convencidos de que eu pintara aqueles mamarrachos e que a minha avó, por pura senilidade, os pendurava nas paredes, mas apreciaram o pequeno concerto de harpa e piano que oferecemos no salão de música.
[...]
Retrato a Sépia/Isabel Allende - Fotografia/Teresinha

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Manias...

Hoje, vou fazer uma lista de algumas das minhas bonecas!
Conversa das Meninas (que se encontraram na rua)
Acerca de bonecas...
Uma menina:
- Tenho uma boneca com uns olhos, azuis, tão azulinhos...
Todas:
- Tão linda!
Outra menina:
- Tenho uma boneca com uma boca vermelha, tão vermelhinha...
Todas:
- Tão linda!
Outra menina:
- Tenho uma boneca com uns cabelinhos dourados, tão macios...
Todas:
- Tão linda!
Outra menina:
- Tenho uma boneca com um vestidinho de seda, tão fina...
Todas:
- Tão linda!
Outra menina:
- Eu não tenho boneca nenhuma...
*
(clique nas fotografias p/ ver)
Leituras para a 1ª Fase, (Didáctica Editora) Balancé/1988 - Fotografia /Teresinha