segunda-feira, dezembro 29, 2008

Que Rena Vem a Ser Esta?

Dois dias depois do Natal, chegou a minha casa esta Rena, bem "camuflada", muito bem embrulhadinha dentro de uma caixa. Vinha directamente do "Baú da Tita". Apressei-me a retirá-la, (não fosse sufocar)!... Reconheci-a de imediato. Como é possível ?! Tu aqui !!! Mas, esta Rena, é a "Rena Namoradeira" da Carol!!!...
- Saberás porventura, onde ela andou até hoje Carol? -Onde pára o teu Conto Natalício? Preciso urgentemente que publiques esse conto para eu ter a certeza absoluta da sua identidade. Será que estou enganada? Na mão esquerda, ela traz um Abeto com uma Estrela e, na direita, um Coração. -Será que é ela???!!!
É que, custa-me imenso vê-la ali a olhar para mim completamente muda . Porque trará ela o coracão pendurado na mão? (fico a aguardar Carol).
Fotografia/Teresinha

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Contraste da Noite de Natal

Ser Alentejano
Vinte e quatro de Dezembro,
noite fria
Noite de tristeza,
noite de alegria
Noite de miséria,
noite de farturas
Palácios cheios de Luz
Mentiras aos pés da cruz
Choupanas frias às escuras.

Lindos sapatinhos na Chaminé
Cheios de ilusão e de fé
Pelos brinquedos
há muito esperados
Damas perfumadas
Que fazem compras esmeradas
Pés descalços,
corpos esfarrapados.

É noite em que desce
à terra o bom Jesus
Noite de Pão, Amor e Luz
Quem foi que isto nos ensinou?
O Natal é só para alguém
Para aqueles que nada têm
O Natal foi mais
uma noite que passou.

António Mestre /Abela /Santiago do Cacém - Semanário Notícias do Litoral
Fotografia/Teresinha - "Um Alentejano"

terça-feira, dezembro 23, 2008

Menino Jesus

"Num dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.

Vi Jesus Cristo descer à terra.

Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino.
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de um modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do Céu. (...)"
*
Alberto Caeiro (Fernando Pessoa) - Fotografia/Teresinha
Poesia deixada "em jeito" de comentário, pela Fátima. http://banalidades-banais.blogspot.com/

sábado, dezembro 20, 2008

"Olhos d' água" em Vale D' Água

Aguardando a chegada da Tunasas no Centro de Dia
Com um sorriso na nossa recepção, sentado à janela
Cantámos e distrubuimos docinhos
Um misto de timidez e curiosidade.... Conversámos bastante...
Quando lhe disse que, tinha uns olhos claros bonitos, que gostaria de o fotografar respondeu-me um pouco incrédulo, mas de imediato! Estou bem assim?!
- Está muito bem assim!!!
- Obrigada pela tarde que nos proporcionaram. Que esta Quadra Natalícia traga a todos o aconchego e o conforto de que necessitam , ELES e ELAS, que se alegram e transformam na presença daqueles que os fazem sentir-se acarinhados...
Fofografia /Teresinha- Foto Ferrero Rocher/ Zé Senos

quinta-feira, dezembro 18, 2008

TUNASAS de Visita à Abela

A (Belas), dobando "retalhos" para os tapetes...
"Belíssima" da Abela!
Cantando para nós. Obrigada, Maria Páscoa!
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*
Rosto
Rosto nu na luz directa.
***
Rosto suspenso, despido e premeável,
Boca entreaberta como se bebesse,
Cabeça atenta.
***
Rosto desfeito,
Rosto sem recusa onde nada se defende,
Rosto que se dá na angústia do pedido,
Rosto que as vozes atravessam.
***
Rosto derivando lentamente,
Pressentindo que os laranjais segredam,
Rosto abandonado e transparente [...]
*
Sophia de Mello Breyner/ Obra Poética - Fotografia/ Teresinha
Homenagem aos «Rostos das Mulheres de Abela»

terça-feira, dezembro 16, 2008

TUNASAS em São Domingos

Ó meu Menino Jesus...
Cantando as "antigas" Janeiras

*Que o AMOR e a SOLIDARIEDADE seja o elo mais profundo em tudo o que for planeado, realizado e vivenciado no ANO que está para vir*.
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*Cânticos de Natal* Deslocação da Tunasas ao Centro de Dia de São Domingos.

Fotografia / Teresinha

domingo, dezembro 14, 2008

Bocelli

O Gato
Que fazes aqui, ó gato?
Que ambiguidade vens explorar?
Senhor de ti, avanças, cauto,
meio agastado e sempre a disfarçar
o que afinal não tens e eu te empresto,
ó gato, pesadelo lento e lesto,
fofo no pêlo, frio no olhar!

De que obscura força és a morada?
Qual o crime de que foste testemunha?
Que Deus te deu a repentina unha
que rubrica esta mão, aquela cara?
Gato, cúmplice, de um medo
ainda sem palavras, sem enredos,
quem somos nós, teus donos ou teus servos?

Alexandre O'Neil / Poemas com Animais / Breve Antologia - Fotografia / "Bocelli "/Aurora

sábado, dezembro 13, 2008

"Borys"

«Despedida ao meu Amigão»
Chegaste trazido pelos meus filhotes, faz este Natal 12 anos. Eras jovem cão com cerca de dois meses, lindo, simpático e brincalhão. Foste criado como mais um elemento da nossa prol, chegando mesmo a ser tratado pelo Álvaro e Sónia como mano Bóris. Sabíamos que também nos consideravas elementos da tua matilha...
Deste-nos tantas alegrias, foste o nosso grande amigo , sempre disponível para saires e ficares connosco. Tive-te sempre no meu pensamento e no meu coração e jamais te esquecerei. Obrigado por tudo que e como foste. Certamente que fui por vezes injusto para contigo, quando poderia ter sido bem melhor, mas sou humano e os humanos ainda não aprenderam a ser cães. Partiste esta manhã, um pouco antes do meio-dia, ou melhor, fiz-te partir... terá sido coragem ou cobardia!?
Mas foi a decisão mais difícil que tomei até hoje, lembro-te e choro, o meu coração está dorido. Não mais terei essa carita linda, esses olhos meigos ou essa pequena cauda a abanar dando-nos sinal de aprovar tudo o que fazíamos ou dizíamos. Quanto melhor seria o mundo se certos humanos fossem amigos como tu foste. Sou crente, por isso acredito para além da morte. Quem sabe se um dia, não sei quando nem onde nos possamos encontrar?!
Comecei estas linhas com a tua chegada faz 12 anos pela altura do Natal, termino, com a tua partida, também pelo Natal, será só coincidência?!
Boris Amigo, por tudo que podia e deveria ter feito e não fiz, como por aquilo que fiz e não devia ter feito, as minhas desculpas e, acredita, foi muito viver contigo.
Aquele xi-coração.
eu........
(email enviado pelo Manel na despedida ao seu Fiel Amigo, Bóris - Fotografia /Manel)

sexta-feira, dezembro 05, 2008

«Provavelmente»

Provavelmente, o campo demarcado
Não basta ao coração nem o exalta;
Provavelmente, o traço da fronteira
Contra nós, amputados, o riscámos.
Que rosto se promete e se desenha?
Que viagem prometida nos espera?
São asas (que só duas fazem voo),
Ou solitário arder de labareda?

José Saramago / Provavelmente Alegria - Fotografia - C. Porfírio (Jardim em Málaga)

(Não resisti a publicar novamente Saramago)

segunda-feira, dezembro 01, 2008

Madrigal

Foi milagre? Ideia louca.
Mas que mais posso dizer
Desta profunda alegria
De ver a alma aparecer
No riso da tua boca?
*
Ainda se fosse a tua,
Entendia,
Mas a minha que faz lá?
Parece um caso da lua
(Tais coisas não são de cá)
Andar-me a alma contigo.
Foi milagre. Bem o digo.
*
Provávelmente Alegria/José Saramago - Fotografia C. Porfírio