sexta-feira, agosto 31, 2007

Um Pôr do Sol

A beleza deste ocaso
esplêndido
afoga
fascina
oprime
A sombra avança
lança
me
em
braços vazios

Ana Hatherly - Rilkeana ( fotografia Aurora Graça)

quinta-feira, agosto 30, 2007

ANO - PRIMEIRO

CAMILA
Carinha "laroca"
Adoça os meus olhos de
Matizes serenos
Inegualáveis Árias de
Luz, que empresta à Lua, às Estrelas e ao Sol.
Alvorada dos dias do futuro desenhados pela mão de uma criança...
Com beijnhos de parabéns da tia Teresinha -" De pequenina, é que se aprende"...!
Fotografia - Gustavo Tente - Acróstico, Teresinha

domingo, agosto 26, 2007

" Sete Rosas Mais Tarde "

" Sete Rosas Mais Tarde "
As palavras que ficam por escrever...
E, por dizer...

Mil-folhas
" Um mil-folhas não é um bolo inocente. Se fosse um jesuíta, era mais coisa para Fernando Rosas. Se fosse um bolo de arroz, cheio de tradições neo-realistas de leitaria, teríamos certamente Carlos Carvalhas. Já um queque remete para tias e Paulo Portas. Quanto ao mil-folhas, elas, as folhas, podem ser os inúmeros arquivos das secretarias (não informatizadas), mas também a eterna sede de leitura de livros sem fim onde em cada folha ecoam mil folhas de sentidos e interpretações - e onde cada um de nós se encontra, e de si decide, a folhas tantas. Antes que, maravilha dos sinais do mundo, um pássaro negro pouse suavemente sobre os nossos ombros, e a tarde caia".

( De A Folhas Tantas, in Crónicas no Fio do Horizonte )
Fotografia (arquivo) Sic Notícias - Programa "Páginas Soltas"

quinta-feira, agosto 23, 2007

Pintado de Azul

[...]
Estou diante do branco que me espera:
hei-de cruzar as cores do sangue
na sacra diagonal do universo
e abrir arenas onde lutam o ocre e o marfim.

Irei descobrir que não há mundo, que noventa
por cento da matéria não existe:
devo colorir esse vazio, o tempo urge
no pincel que canta o seu império
feito de enigmas à janela.

Deixem-me pintar o tempo de uma tela:
acabarei sempre em azul.
[...]
Deserto Pintado - Isabel C. Pires. - Fotografia, Teresinha -
(Com votos de muitas Felicidades p/ Laura)

terça-feira, agosto 21, 2007

Trago "sal"...na bagagem

regresso
aqui começa a viagem...
no enlace do vento, no sopro das borboletas,
na invasão das muralhas de flores.

mudo-me para o paladar dos teus dedos em
geometrias perfeitas picotadas por balas de pólen.
sopras em todas as direcções

alimentas colheres com asas na morte
perfeita da boca sem sombras.
afoga-me
na boca dos pássaros, nas asas dos lençóis
abraça-me no suicídio do vento

canibal do sal - nuno albuquerque vaz

domingo, agosto 12, 2007

Até já ...

- A LER ...URBANO -
Escritor do Alentejo, das suas gentes e das suas paisagens, é também romancista e contista de Lisboa e de outras atmosferas cosmopolitas .

sábado, agosto 11, 2007

AO CONTRÁRIO DAS ONDAS

[...]
Cá vou, Sabina, palmilhando com as minhas sandálias este solo arenoso e traiçoeiro das dunas e da vida, de olhos postos no horizonte, para lá da Ria Formosa, e em ti, amada fria, que te distancias da tua margem, incrédula de todo o sonho, e apesar de tudo o vais seguindo , como nós.
Olha, uma garça irmã da luz esvoaça sobre as águas. É nossa amiga também, como diria Zeca Afonso, e vai possivelmente e sem o saber, levar o sopro da vida ou a sua ilusão a outros seres iluminados, animais sedentos, folhas encharcadas de sol, bosques despenteados, insectos e outras formas da natureza que tudo somos..
O ar mexido, o facto de pouco ter dormido e querer enxotar tristezas, a comoção de todas as coisas que estou vendo e sentindo empurram-me para ti, tão longe...
[...]
Urbano Tavares Rodrigues - Ao Contrário das Ondas / Romance

quarta-feira, agosto 08, 2007

Gulodices...e Flores

Gulodices
... e Flores
VERÃO
Gosto do cheiro azul da luz
e do amarelo que se espalha em baforadas.
Posso subir ao céu com olhos claros
e ouvir o som das andorinhas:
a terra vem até mim
e pinta-me por dentro rosas encarnadas
Deserto Pintado - Isabel C. Pires
Para a Margarida no seu 5º Aniversário -Fotografia, Aurora Graça ( minha mana "caçula")

segunda-feira, agosto 06, 2007

vendaval

deixa passar o vento...
o sopro carrega os silêncios que amontoas
no bolso, dos gritos suplicantes que emergem
da copa das árvores

promessas escorridas do horizonte áspero,
floresta vigilante sem animais nocturnos.

sacode do corpo os ninhos onde brotam os
letreiros de luto e mortificação das asas.

lança,
vomita silêncios afiados,
voa,
tortura-me os ouvidos com a agitação do
vento...

canibal do sal - nuno albuquerque vaz
(prémio literário Ordem dos Advogados - menção poesia - 2007) , fotografia teresinha

sexta-feira, agosto 03, 2007

Bocelli

A Joana estava na altura dos factos a estudar em Lisboa. Todos os fins de semana eram passados em casa dos pais. Vinha de combóio à sexta-feira e regressava a Lisboa ao Domingo à tarde.
Um dia apercebeu-se que, nas traseiras da casa onde morava em Lisboa, apareceu, uma gata com uma ninhada de cinco gatinhos. Não exitou, meteu a mãe (gata) e todos os gatinhos numa cesta, pegou neles e levou-os de combóio até ao Entroncamento, para casa dos pais.
A mãe da Joana ao deparar-se com tal situação, ficou aflita ( a filha trouxera-lhe para casa uma ninhada de gatos esfomeados e cheios de pulgas, a mãe (gata) doente e muito fraca...
- Foi "tudo" directo para o veterinário.
Depois de concluidos todos os requisitos para se tornarem numa ninhada saudável, ficaram todos lá em casa até ficarem em condições físicas de serem acolhidos por novos donos.
- E assim foi! Mas o BOCELLI, ficou!
Fez companhia a mais dois gatos que já existiam lá em casa. Decidiu começar desde logo a olhar para as novas tecnologias. Nada aprendeu afinal!
Ainda hoje passados um bom par de anos o BOCELLI ,continua a passear-se lá por casa e a dormir belas sonecas deitado em cima de um qualquer computador; em cima da máquina da roupa e da TV.
Tem sete... ou por outra, tem uma, "VIDA (e) É BELA"...
História verídica - Texto Teresinha - Fotografia Aurora